A título de exemplo, recebi à pouco tempo no correio um omiyage - chá que cheira divinamente bem - de um café (na verdade um chá, como melhor se traduz, visto o chá verde e as suas divagações ser o que mais vendia por lá) em Kyoto. Igualmente, uma visita a título de favor de à quase um mês atrás deu-me, ontem, um omiyage do mais famoso doce de Okinawa, de cor roxa, feito (?) de batata doce e muitíssimo melhor do que parece ^.^
Wednesday, 28 October 2009
Omiyage
O sono
Aulas da manhã depois de uma noite em que há festa matam. Se forem faladas em japonês, numa sala minúscula, com muito pouca gente e com pouca manobra para nos distrairmos, ainda matam mais ~ xiça! 寝たいいいい!!
Classificação dos Verbos
Este post é especificamente feito para todos aqueles que, de uma maneira ou outra, por uma panca ou outra, estão a tentar apreender japonês. E, não surpreendentemente, fala de verbos, o pesadelo de qualquer nova língua, embora, em japonês, não seja o maior pesadelo que existe. **coffcooff*kanji*coff*keigo*coffcoff** Normalmente, em aulas passadas disseram-me que havia três tipos de verbos e mais uma quantidade incrível de más estruturas para os ensinar. Aqui, ao contrário de alguns livro, vai a minha maneira de ver as coisas, com toques da minha, as vezes referida como estranha, mentalidade, e com as ideias de japoneses, incluindo professores, que encontrei por aqui.
No japão, uma das classificações que se pode fazer dos verbos, é em _dois_ grupos distintos: ichidan e godan, ou seja, verbos de um (ichi) nível (dan) e verbos de cinco (go) níveis (dan). E, para já, assumamos que apenas os godan importam, visto que os ichidan são apenas uma simplificação slash caso particular desses. Ora, como em muitas línguas, estes godan são conjugados mediante a seu término e, em boa verdade, é muitíssimo mais complicado tentar entender as suas conjugações sem olhar para os hiraganas - as mais simples letras japoneseas que, por serem, como as nossas e, ao contrario dos kanji, totalmente baseadas em som - cuja aprendizagem é "apenas" uma dolorosa, frustrante e irritante questão de memória e diligencia. Agora, tendo em conta essas letras facilmente se entende quais as regras para formular as diferentes formas verbais. Claro sabe-las inconscientemente é outra história, mas quem não se lembra se de ter dúvidas se o passado de "eat" é "ate" ou "eated"? Exactamente o mesmo problema :) A partir daqui é saber quais verbos são godan (5D) e quais sao ichidan (1D). E, felizmente há regras: a) todos os verbos são, à partida, 5D; b) só verbos terminados em る(ru) podem ser 1D. E, infelizmente, depois de saber isso é tudo uma questão de memória e treino. Mas não é assim tão mau, sabemos que, de certeza os verbos terminados em う(u), く(ku), す(su), つ(tsu), ぬ(nu), ふ(fu), む(mu) e etc. são 5D e que as regras especificas aos 5D a eles se aplicam. Alias, aos seus nomes reflectem isso: os 1D só têm uma terminação né? (na verdade não é bem assim ~ mas mais sobre isso depois :)
É claro que, nem tudo são rosas, há verbos que são excepções: o verbo 来る(kuru: vir) e o する(suru: fazer) tem tratamentos especiais. Esses tem de ser apreendidos caso a caso e não segue nenhuma regra especifica ~ felizmente são só dois ... quase. Isto pois o suru está agregado a algo que lhe dá significado: lavar a roupa, estudar ou jogar futebol é tudo o verbo suru mas com agregações diferentes.
É claro que, nem tudo são rosas, há verbos que são excepções: o verbo 来る(kuru: vir) e o する(suru: fazer) tem tratamentos especiais. Esses tem de ser apreendidos caso a caso e não segue nenhuma regra especifica ~ felizmente são só dois ... quase. Isto pois o suru está agregado a algo que lhe dá significado: lavar a roupa, estudar ou jogar futebol é tudo o verbo suru mas com agregações diferentes.
E agora digam lá se não é melhor explicar a coisa assim do que chamar aos 5D, "primeiro grupo"; aos 1D "segundo grupo"; e às excepções, incluindo todas as ramificações do suru "terceiro grupo" ~ sinceramente ~
Tuesday, 27 October 2009
Conversas e religião
Hoje, depois de um tempo despropositadamente a dormir fui ter com alguns amigos da Tenrikyo. O convívio, passado num dormitório da organização foi muito mais interessante do que estava à espera. Fiquei a saber para nunca namorar com uma Tailandesa pois são as mulheres mais controladoras do mundo. Fiquei a saber – e a querer ir – que em Tokyo há discotecas em arranha-céus que, em certas noites, tem espectáculos de lazers feitos por helicópteros (!). E fiquei a saber que a vida no Japão é muito mais fácil do que parece, em particular se formos a) abertos ao mundo e/ou b) ligados a uma religião (neste caso a Tenrikyo :)
Mas a conversa que marcou mesmo a noite foi a conversa com um brasileiro, irmão que tinha acabado de conhecer a um amigo meu, que, aparentemente, deve toda a sua vida - conjugal, social e interior - à religião e, com muita surpresa minha, fala desses dos pólos com a naturalidade e sinceridade de um padre (que por acaso não sei se é) mas sem nunca puxar a brasa à sardinha do “vem também pois é a única verdade do mundo” que as religiões ocidentais nos habituaram. A conversa flui normalmente com uma incerteza muitíssimo humana nas palavras e, no entanto, com uma convicção de quem fez e sabe que fez o que pode para ter uma vida sã. Como já disse, uma agradável surpresa. É cada vez mais engraçado ver como a religião no Japão está ao serviço do homem e não o, normal, contrário :)
Estação de Nara
Nara Park
Nara National Museum
Já devo aqui ter falado na aula de história completamente em japonês que é totalmente imperceptível par aos meus e, talvez, muitos outros ouvidos. Claro que a vantagem de ir às aulas são só as visitas de estudo e, desta vez, ele levou-nos ao museu de Nara. O museu, aparentemente conivente com vários países da Ásia não é nada grade, tendo apenas três ou
No entanto, a coisa mais engraçada foi mesmo a questão das fotos, estava eu muitíssimo tranquilo a tentar apanhar alguma da beleza que os meus olhos viam para a câmara, quando uma senhora vem e mete a mão mesmo à frente da lente, obscurecendo a imagem da estátua, agora, para lá dela. Aparentemente é proibido tirar fotos a tudo o que não faz parte do museu, o que, como seria de esperar, é tudo o que é completamente fantástico tipo a estatua de madeira do velho sábio budista em pelo e osso e as esculpidas representações totalmente orientais de um leão e um elefante. E como é que o museu mete os visitantes a respeitarem as regras? É estranho, é japonês, funciona por pura psicologia social (that the rigth name?). Basicamente, quando te vêem tirar uma foto eles dizem, alias, guiam-te, de modo a falares com uma senhora que te diz, muito simpaticamente as regras, te faz assinar um papel e, depois de teres entendido tudo, te dá uma insígnia verde para colocares no braço como sinal ou prova de que já lá estiveste. Depois de toda a artimanha e com a dita marca, como é que alguém terá lata para tirar – explicitamente - fotos a seja o que for que não é permitido?
PS: Sim, é a mão da senhora!
Falar baixinho
Hoje, na ida para Nara uma mulher japonesa com os seus quarenta anos meteu conversa com o grupo de estrangeiro que gritantemente se demarcava dos restantes passageiros. As razões para isso, pelo que aferimos, podem ser muitas. Uma oportunidade para treinar o, por aqui raro, inglês é uma delas, a outra, talvez, a oportunidade rara de meter conversa conversar com alguém desconhecido, algo que, por aqui, é virtualmente inexistente entre os japoneses. Agora, o que foi bizarro no encontro era que o registo vocal da senhora se encontrava pouquíssimos decibéis acima do silêncio, tornando o seu ingles - que nem era muito mau - quase completamente imperceptível. Se tal facto era provocado por ela, por vergonha, falta de habito ou outra razão, ficou por esclarecer: a a viagem acabou rápido e, como em tantas outras ocasiões, cada um seguiu o seu caminho.
Tenrikyo outra vez
Monday, 26 October 2009
Chegadas e atrasos
E este é o último post de vinte e cinco de Outubro de dois mil e nove. Pelo menos, a foto e o que poderia dizer sobre ela: uma reminiscência do fim do dia através da imagem da estação de Tenri e das bandeiras que a adornam graças a presença do festival da cidade. Estou verdadeiramente a escrever isto dia dez de Dezembro, altura de muito mais frio, muito mais cansaço, muito mais velocidade nas aulas, muito mais kanjis. Agora, a questão: se tenho tanto que dizer de uma dia, ou melhor, se vivo tanto num só dia, usando a expressão de uma menina que conheci nos últimos tempos em terras lusitanas, vai-me ser impossível documentar no próprio dia essa actividade e isso dará origem a atrasos nos posts que, por vezes, serão ridículos. E isso vai tirar uma parte do presente que o blog tem, teve ou deveria ter. Então... como é que resolvo isso?
Estação de Kyoto
Nessa cidade conhecida pelos seus templos, pelo seu passado e pela sua vida reminiscente do Japão perdido, existe um monumento à modernidade. A estação de Kyoto, a primeira aparição da cidade a muitos que ela visitam é um monstro de aço nu, com vigas negras nas paredes
opressivas, corredores escuros e, paradoxalmente espaços abertos à luz febril da lua, onde, como formigas, milhares de pessoas chegam e partem todos os dias. A estação é um colosso arquitectónico, abrangendo uma escadaria enorme com vista para a parte mais logística do espaço; um terraço (Happy Terrace) para namorados, onde vi, pela primeira vez, no Japão, casais em momentos mais íntimos, que, mesmo assim não passavam a barreira que os levaria ao beijo; uma capela para casamentos ao estilo ocidental; salas coloridas amarelas que lembravam o mais alienante dos shoppings; e corredores que, sem dó nem piedade, nos transportavam pela estrutura negra, por entre e por dentro da massa de ferro, através de paisagens urbanas vivas vistas por um vidro ou espreitadas pelos ângulos agudos. Dos pontos mais altos é possível ver a torre de Kyoto e as suas reflecções nos vidros da estrutura e, sendo a noite que era, várias alucinações cósmicas se materializavam nos vidros.
PS: Nos corredores mais escuros, pequenas estrelas de metal brilhante anunciavam o inverno e o invasivo Natal que se apróxima. Nos mesmos corredores, uma exposição fotográfica sobre a variedade de imagens, espaços, culturas, pessoas e vivências da China ~ verdadeiramente impressionante, algumas das imagens podias ser da Índia, Canada, Nepal, Japão, as grandes metrópoles dos USA e as favelas do Brasil ~ um dia destes ainda passo por lá :D
Pernas japonesas
Fica a questão se a coisa é genética e todas, ou uma grande parte delas, já nasce assim; se é proporcionada gradualmente durante as longas e dolorosas horas passadas sentadas em tatamis que, para os que não sabem, não é das coisas mais confortáveis do mundo; ou se há outra explicação que possa vir das particularidades culturais deste país tão estranho.
PS: É mais difícil do que parece tirar fotos a meninas de saia: em geral mexem-se demais XD
O jantar chinês
Debaixo do chão
Kyoto, à noite
É engraçado como, no meio de prédios e estradas nos deparamos com templos caseiros, altares aos deuses, ou pedras a lembrar os mortos. Do mesmo modo, os restaurantes de aspecto e comida tradicional abundam, sempre (ou quase) com a torre de Kyoto a vigiar os movimentos das escondidas maikos, dos títeres habitantes e dos turistas que, tal como eu, de noite, pela cidade deambulam.
PS: sim, "títeres" é uma palavra nova :)
Kyoto National Museum
Infelizmente, dentro não havia permissão para tirar fotos das obras expostas ~ fica, por isso, algumas do jardim, da saída, da entrada e das enormes carpas que, muito alegremente, percorriam o minúsculo lago slash fonte que se encontrava de frente desta.
No fim, à saída, ainda deu para comprar umas preciosidades que à muito tempo queria pôr as mãos em cima ~ hihi XD
PS: aparentemente, o um dos meus céu favorito não gosta de fotos -_-"
Suicídio
Pouco depois, a minha companhia perguntou-me "Não te faz impressão saber que, aonde andas ouve um suicídio?". E eu, olhando em volta, para a multidão sedenta de tempo, stressada, metida na sua, separada de todas as outras, vida e sem ligar nada ao humanismo e à muito ignorada razão da tragédia que se tinha acabado de passar, respondi o que pensava e sentia: "Nada de nada." :|
Reparar a máquina ...
Depois de algum tempo, encontrou-se a loja da Sonny e foi surpreendentemente eficiente. Dei a máquina, eles disseram que ela tinha de ficar lá, fizeram um orçamento provisório que, como verifiquei depois, foi muitíssimo acertado, e ficou feito. Menos de dez minutos. ~ awesome!
PS: a quarta foto deste poste dedicada à minha irmã ~ tu ias adorar essa loja XD
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