Monday, 26 October 2009

Estação de Kyoto



Nessa cidade conhecida pelos seus templos, pelo seu passado e pela sua vida reminiscente do Japão perdido, existe um monumento à modernidade. A estação de Kyoto, a primeira aparição da cidade a muitos que ela visitam é um monstro de aço nu, com vigas negras nas paredes opressivas, corredores escuros e, paradoxalmente espaços abertos à luz febril da lua, onde, como formigas, milhares de pessoas chegam e partem todos os dias. A estação é um colosso arquitectónico, abrangendo uma escadaria enorme com vista para a parte mais logística do espaço; um terraço (Happy Terrace) para namorados, onde vi, pela primeira vez, no Japão, casais em momentos mais íntimos, que, mesmo assim não passavam a barreira que os levaria ao beijo; uma capela para casamentos ao estilo ocidental; salas coloridas amarelas que lembravam o mais alienante dos shoppings; e corredores que, sem dó nem piedade, nos transportavam pela estrutura negra, por entre e por dentro da massa de ferro, através de paisagens urbanas vivas vistas por um vidro ou espreitadas pelos ângulos agudos. Dos pontos mais altos é possível ver a torre de Kyoto e as suas reflecções nos vidros da estrutura e, sendo a noite que era, várias alucinações cósmicas se materializavam nos vidros.



PS: Nos corredores mais escuros, pequenas estrelas de metal brilhante anunciavam o inverno e o invasivo Natal que se apróxima. Nos mesmos corredores, uma exposição fotográfica sobre a variedade de imagens, espaços, culturas, pessoas e vivências da China ~ verdadeiramente impressionante, algumas das imagens podias ser da Índia, Canada, Nepal, Japão, as grandes metrópoles dos USA e as favelas do Brasil ~ um dia destes ainda passo por lá :D

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