Sunday 18 October 2009

Nipponbashi

Nipponbashi, o local cuja palavra é construida com os kanji de nippon (Japão) e ponte (hashi) é o distrito de Oosaka a que se poderia chamar Akihabara, se a cidade fosse a capital do país. Aqui, entre prédios altos e anúncios que gigantes há uma quantidade enorme de lojas, depatos (lojas enormes com vários andares, muitas vezes temáticos) e recantos com tudo, e repito tudo, o que alguém com um interesse em tecnologia e as mais diversas subculturas baseadas em manga e anime, pode querer comprar ou desfrutar. Hoje, aproveitando a boleia de um grupo de japoneses que precisava ou queria ir a tal espaço, fui, juntamente com mais dois rapazes, a este paraíso que simultaneamente ... é estranho. A animação das ruas é vibrante, montanhas de pessoas, com uma clara predominância da estirpe masculina, caminham pelas ruas de loja em loja entrando nelas que nem suricatas a entrar e sair dos seus buracos. Não faltava o ocasional casal vestido à EGL, nem as ocasionais cosplayers, hoje, aparentemente, todas elas ao serviço de uma loja qualquer e, por essa razão, proibindo as fotos. Num pormenor interessante, pelo estereótipo que fortalece, não faltou o rapaz-que-se-via-a-léguas-que-não-tinha-qualquer-capacidade-social, como era facilmente visível pelas sua cara, expressão, pose e companhia - a sua mamã – nem o rapaz com um montão de sacos com caras e imagens de meninas anime, a olhar, libidinosamente para um, igualmente interessante, carro que continha os ditos desenhos pintados. Algo que, estranhamente ou não, não é assim tão anormal, naquele lado do mundo.



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As lojas, esses buracos de roedores, em suma, dividem-se em dois tipos distintos: as lojas de tecnologia, onde se pode encontrar tudo com esta relacionada, desde consolas em segunda, terceira ou quarta mão, cabos, monitores e as mais diversas peças para os ditos computadores ou seus primos, e as lojas de jogos slash anime que, muitas vezes, para não dizer sempre, partilhavam o mesmo espaço como, penso eu, materiais explicitamente didácticos. Estas lojas não raramente eram caixinhas surpresas: se o espaço que se vê, contendo aquilo que de mais popular se pode vender de entre jogos, manga, anime e bugigangas, era apertado e cheio de pessoas, entrando nas suas entranhas mais profundas, subindo um elevador não tão escondido como devia ou um lanço de escadas cujas paredes estavam cravejadas de posters, tínhamos novos universos , muitas vezes de surpreendente tamanho, de material eximiamente dividido entre as mais diversas temáticas. Essas, vão desde jogos para consolas, sofware para PC e Mac, mangas para rapazes, mangas para raparigas, DVDs de series de animes, filmes de anime, figuras e modelos de todo o mais alguma coisa, os mais estranhos e improváveis artigos de merchadizing, todo o tipo de jogos, mangas e filmes etchy e hentai e pornografia. What??


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Oh, yes. É mesmo isso. Quando disse que se podia encontrar tudo para os homens que vivem sozinhos com bonecas de anime não estava a brincar. O que choca mesmo é a naturalidade como passamos, sem aviso absolutamente nenhum e dentro do mesmo andar, da secção de animes admitidamente para raparigas (Clannad, EF, etc.) para a secção de filmes hentai ou, como se vê na figura, da secção do Windows para a secção dos jogos hentai que, aparentemente são completamente massivos em número (mais de dois andares quase exclusivamente dedicados a eles) e “váriados” em temática (vamos só dizer que, nesses colossos de vendas, comboio, tentáculos e saia não são palavras desrelacionadas). Tudo o que pensam que sabem sobre o mercado de pornografia, em particular pornografia em animação, muito provavelmente é o topo do iceberg até passarem por uma destas lojas. É engraçado ver que, os posters que forram as paredes das escadas que nos levam a tais antros são, se olharmos com atenção, avisos sub-reptícios, por exemplo um número demasiado elevando para ser coincidência de meninas anime cujas cuecas se vêem ou decotes propositados, de que nos estamos a aproximar de uma zona no-no para crianças, que, de resto, navegam, livremente pelo espaço. Várias coisas que me recordo de achar engraçadas e/ou chocantes foram: o sinal, mostrado na foto, minusculo, que diz "se tiver menos de dezoito anos não olhe"; o stand da Microsoft, como referido, a vender o novo Windows 7 estar juntamente com os jogos mais puxados; e o facto de ver uma mãe com dois filhos a passear, com todo o a vontade do mundo, por uma secção particularmente chata.



















Muitos dizem que o Japão é um país meio doente em que há muitos suicídios, onde se trabalha de mais, ode as mulheres não tem um lugar digno, onde os homens são frustrados, onde a rica tradicionalidade desaparece de dia para dia, onde a emergente repressão social é extraordinariamente violenta e onde as pessoas são inerentemente infelizes sem nada poderem fazer para mudar ou lutar contra isso ~ isso eu (ainda) não sei, mas sei que este à vontade na venda de sexo em praça publica é uma peça essencial para desvendar o puzzle deste país.

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