Monday 15 March 2010

Anime e jantar

O anime chama-se Windy Tales e recomendo-o a toda a gente que goste de (bom, muitíssimo bem desenhado, conceptualmente genial, ligeiramente deprimente) anime :)

Sasaki Kojirō

Das figuras mais bonitas, detalhadas e totalmente brutais que tenho. É o rival do "herói" Musashi na manga Vagabond e vai ficar muitíssimo bem ao pé dele, visto fazerem um par ^_^ Foi das melhores coisas que vi à venda na exposição do Inoue e a que mais me custou comprar (高い!).

Alas, a beleza nãot em preço deshou ;)

Dia de Lixo

Como já foi dito, não há contentores de lixo por aqui. O que quer dizer que, em dia de recolha de lixo, pela manhã, temos estes molhos nas ruas com o lixo especifico do dia, à espera de recolha.

Sunday 14 March 2010

Omizutori (お水取り)

最後のお水取りの日。すごく待った後ですごくきれい見栄。

Depois de, há/à (afinal qual é que se usa mesmo???) dois dias atrás ter estado aqui, voltei para o último dia do festival que, aparentemente, demora muito menos tempo. Havia menos pessoas, mas mesmo assim era uma multidão considerável. Fui visitar o templo em si e, dada a vista, imaginei-me a comandar, queimar, afundar e esmagar os que, em baixo esperavam o espectáculo que se seguia. As câmaras dos profissionais estavam prontas. Só restava arranjar um local, estrategicamente colocados para maximizar a vista que achava que ia ter e, claro, esperar ~



* * *


~ esperar, 待, esperar, 待, esperar ~
~ esperar, 待, esperar, 待, esperar ~
~ esperar, 待, esperar, 待, esperar ~
~ esperar, 待, esperar, 待, esperar ~
~ esperar, 待, esperar, 待, esperar, 待, esperar, 待, esperar, 待, esperar, 待, esperar, 待, esperar, 待, esperar, 待, esperar, 待, esperar, 待, esperar, 待, esperar, 待, esperar.

E depois ... uma das coisas mais fantásticas de sempre!




Primeira sakura

A primeira sakura que vi com olhos de ver ~ a primavera oficialmente chegou!

Also, post dedicado à minha irmã de olhinhos azuis ~ eu vejo se tiro mais menina ;)

Parque de Nara

Antes do festival, ando pelo Parque de Nara entre florestas mais ou menos cerradas, olhares de veados mais ou menos inquisidores, árvores mais ou menos floridas e lagos muito japoneses ~ hehe

Língua de veado

Um veado pequenino e a sua mamã no parque de Nara. Se repararem ele tem a língua de fora: nunca a pôs para dentro e estou convencido que é um problema, talvez genético, que ele tem. Como os veados aqui são alimentados e mantidos pela população é normal que a selecção natural não seja tão apertada como seria num ambiente mais selvagem. Alas, suponho que seja kawaii ne :o

Clubes do/no Japão

Para quem vê anime os clubes japoneses não são uma novidade assim tão grande: depois das aulas, da escola primária até à universidade, e às vezes para alem disso, milhões de jovens se dedicam, de corpo e alma, que, não raramente, passa a ser mais importante do que as aulas em si. Os clubes têm um valor social enorme. Por um lado permitem à pessoa encontrar outros que partilhem os seus gostos, coisas na sociedade japonesa rara e que não acontece se não se criar uma situação ou localização para isso. Por outro, faz com que o desenvolvimento físico e slash ou mental da pessoa não seja só focado no que dado nas aulas. Não é normal haver japoneses que sabem tocar guitarra ou koto, que saibam caligrafia a nível profissional, que já tenham praticado algum desporto ou arte marcial, ou que já tenham convivido mais com uma língua estrangeira por que se interessam. Dito isto há clubes de tudo e as suas regras são decididas internamente. Há clubes muitíssimo estritos, em que hà regras para tudo, desde quando se entra até como se cumprimenta as pessoas; e clubes muito mais suaves, em que o convívio é muito mais importante do que o que se faz. No entanto, mesmo assim, é raro o club que não tenha pelo menos um grande feito - uma peça de teatro, um concerto, uma medalha numa qualquer competição - por ano. É claro que também há desvantagens: como já me disseram, o clube tira a liberdade das pessoas. Se se gosta de futebol mas não se quer ou não se pode estar no clube tanto quanto se espera (o que mais se ouve neste tipo de coisas é ganbatte, japonês para esforça-te, que tem significados desde "boa sorte" até "devias estar a trabalhar mais" ), a pressão social e o status quo faz com que se desista em vez de andar lá sem dar cem por cento. E, claro, é muito difícil para os japonesas organizarem-se só porque sim, sem haver um propósito ou uma desculpa para o fazer: um grupo de pessoas encontrar-se uma pontual dia para jogar futebol é estranho, mas o mesmo grupo de pessoas organizar um clube para jogarem já não.
A foto mostra o clube de basebol da escola primária ou segundária de Tenri. Cada elemento está equipado e, agora que as aulas estão acabadas, passará as próximas horas a esforçar-se pelo simples facto de gostar de basebol e, talvez, querer conhecer mais pessoas que também o façam. Jogar só pelo prazer de jogar? Nah ... isso é para as crianças!

Takehiko Inoue's The LAST Manga Exhibition

Como se sabe Takehiko Inoue é o autor da manga Vagabond e um dos melhores ilustradores de sempre. Como dito num post anterior, hoje voltei para ver a exposição dele. Levantar às 6:30, apanhar o comboio às 7:00, chegar a Nanba às 8:00, chegar ao museu às 8:30, ficar na fila uma hora à espera que o museu abrisse e comprar o bilhete por volta das 9:30, entrar na exposição às 10:15 e sair dela 11:00 foi a minha manhã.
Como esperado, mesmo uma hora antes do museu abrir a fila já era considerável e na altura de abrirem as portas mais de trezentas pessoas esperavam ansiosamente a exposição. Talvez fosse por ser o último dia, talvez por as entradas serem limitadas, talvez por o Onoue ser o maior, mas havia um zumzum e uma excitação quase palpável pelo ar. Depois de, na fila dos bilhetes haver um frenesim para se tirar fotos desta imagem, que ocupa a entrada do museu, a fila da entrada na exposição em si tinha um surpreendente vídeo do homem em acção e a naturalidade com que ele fazia nascer o desenho era assustadora. A fila, eventualmente acabava num elevador, onde entravam no máximo seis pessoas em cada, mais ou menos, cem minutos: heis a razão uma maneira muito interessante de restringir o público e de tornar o ambiente da exposição em si menos sufocante.Obviamente, ao bom estilo Japonês, por perturbar os outros visitantes e o andar da exposição, fotos não eram permitidas, mas o que se via muito dificilmente era capturado por fotos. Toda a exposição assentava sobre uma historia, contada por desenhos ou páginas de manga, usando o espaço do museu e contrastes de pretos e brancos na sua arquitectura, que reflectia os últimos dias do herói Miyamoto Musashi, protagonista da já referida manga Vagabond. E era perfeita. Toda a complexidade do homem, todas as suas relações, todos os espinhos, as vidas e os desafios da sua vida se encontravam detalhados, mistificados e resolvidos (?:) num contar surreal, introspectivo e muito, muito bonito. Os desenhos, a lápis e tinta da china, são dos melhores que vi até hoje. Tudo fazia sentido, não havia um traço a mais ou a menos, tudo fluía como o vento que leva os pensamentos e desperta o que de melhor se encontra por dentro. Tudo perfeito.

Alas, tudo o que é bom acaba e em menos do que nada estava fora. Mais uma vez a loja atrai-me e gasto mais umas fortunas em ... coisas. Ao sair, sou entrevistado sobre o que achei e coloco em palavras o que me remexia o cérebro. Finalmente, altura de ir embora ~ o dia ainda só estava a começar...

Baia de Osaka

Uma zona recreativa que em tudo lembra o espaço da expo98. Tem um museu, que agora tem uma exposição totalmente fantástica, um famoso oceanário, bares restaurante e outras referencias que, por uma ou outra razão nos fazem pensar no mar que se ouve por detrás das paredes da civilização.

Saturday 13 March 2010

Umeda: enday

Cansado, com um saco muito pesado às costas, vejo muita gente a sair do metro e assumo que é a minha paragem: má ideia! Sai em Umeda em vez de sair em Nanba ~ esta estava em plena hora de ponta, portanto resolvi andar por lá um bocadito. Esta é essencialmente a zona dos prédios grades e coisas importantes de Osaka. Ao virar da esquina estava o edifício da opera e praticamente todas as janelas em vista dão para escritórios que alguma coisa hão-de fazer.
Depois disso ainda sai em Nanba para revisitar algumas localizações e estudar o terreno para futuras visitas. A noite começava a adocicar o ar e as luzes a espalhar o seu contraste, ainda não obliterando as silhuetas negras das arvores ~

Inoue Takehiko

Ontem em Nara a minha companhia avisou-me de algo que, se eu não tivesse sabido, me ia assombrar durante uns tempos: uma exposição do Takehiko Inoue sobre o Vagabond, com desenhos originais feitos a tinta da china e pincel e com algo como uma add-on à manga feito no espaço do museu. Hoje, visto a exposição acabar amanhã, vim a Osaka para ver a coisa e dei de caras com uma fila descomunalmente grande e com a impossibilidade de entrar ~ mesmo assim, deu para visitar a loja (~ adeus queridos yens ~) e ver como a coisa funcionava. Amanhã volto lá outra vez ^_^

Ingurisu

O inglês falado no Japão é lendário. Aqui está mais um exemplo ~ interpretações são bem vindas!

Namba

Três visões na zona de Namba. O local continua cheio de gente, com personagens estranhas, interacções sociais bizarras e penteados que em tudo se tentam afastar do típico japonês ~

Satanic Japan

Esta é das lojas mais awesome que já vi até hoje e assim o é essencialmente por não ser uma loja: é mais um espaço onde se podem vender determinados items. É, admitidamente, uma loja satânica e toda a sua imagética o indica: candelabros e correntes a pender do tecto, teias de aranha por cima dos moveis, bonecos com o toque certo de creepy e desconfortavel, mãos mortas com anéis antigos por cima da mesa, uma música muitíssimo desconfortável que em tudo fazia lembrar esgotos ou castelos ou os esgotos de castelos. Nesse espaço também se vendiam coisas - e aqui se vê como o Japão vê algo tão ocidental como o satanismo - estão a ver aquelas cruzes, pentagramas e símbolos diversos estranhas com motivos que vão desde os olhos de gato egípcios até às cruzes duplas invertidas? Estavam aqui à venda como se fossem antiguidades de culto, únicas e místicas, com poderes que só os mais negros feiticeiros e bruxas conseguiriam extrair, causando a destruição do mundo. Obviamente que tais objectos tem de ser caros e eram mesmo ~ algumas das cosias que eu podia jurar que se compram pelo preço, já assim absurdo, de dez euros num qualquer festival em Portugal, estavam aqui à venda por setenta, oitenta e mais ~
É engraçado ver como a cultura se move de um lado para o outro e como as coisas são modificadas para ficarem confortáveis nas mentes de quem as "sabe", mesmo que isso implique uma totalmente desapropriação do seu significado original. E agora, o que é mesmo interessante é pensar que, se nós, ocidentais encontramos pérolas destas no Japão, que pérolas não encontraram os Japoneses por cá? ;)

BL

Esta foto ilustra um dos fenómenos de maior crescimento no Japão. Toda a gente sabe que os Japoneses devoram manga e que muita dessa manga tem um teor sexual. Para os rapazes e homens e normal a coisa funcionar se houverem duas raparigas e é exactamente para isso que a industria de manga se tem virado nos últimos tempos ... para as meninas.
BL, abreviatura de boys love, é um estilo de manga que coloca dois personagens masculinos numa relação perfeita para as mentes femininas: muito amor, muita perfeição, muita beleza, muitas mãos dadas, muitos olhares à lá Richard Gear, muitos pores do sol, muitas conversas depois da coisa que, quando aquece, também aquece à maneira feminina. Este corredor, como se vê no canto superior esquerdo, é a secção de BL de uma loja de manga relativamente pequenas mas com alguma fama. Toda a infinidade de livros que se vêem têm, em algum ponto, explicito ou implícito, algum a sodomizar outro...
Outra coisa interessante a notar era a quantidade de meninas e mulheres que deambulavam por esta secção: magotes! A única parte da loja em que a presença feminina existia, parecendo-se eclipsar em todas as outras secções ~ talvez não seja estranho, mas é engraçado de constatar XD

Friday 12 March 2010

Entupido

É como está o meu nariz ~ acho que foi da viagem ou da mudança de clima ou da humidade. Não há-de ser nada, há ali um montam de medicamentos: acho vou tentar um ou dois que tenham nomes fixes!

Omizutori (part I)

Foi o tempo de chegar ao Japão, ir para Tenri, comer qualquer coisa, avisar quem quer que seja, dormir uma horita ou assim e, ignorando o quarto que já viu muito melhores dias, ir a caminho de Nara para o festival que me fez voltar tão cedo: o Omizutori.
Esse ocorre uma vez por ano por esta altura no Nigatsudo, um subtemplo do complexo de que faz parte o Todai-ji que tem um Buda de quinze metros. Como esperado Nara estava a abarrotar, mesmo caminhado por trilhos secundários (perdidos!) e o local do dito festival estava impossível: hoje é o dia onde há mais tochas. Ou seja, este festival, que afugenta os espíritos maus do inverno, dá sorte e dá as boas vindas à primavera é, essencialmente, um espalhar de cinzas das varandas altas do dito Nigatsudo. Essas, vêem de tochas que são apresentadas, caminhadas, abanadas e, por fim, desfeitas, à vista dos deslumbrados espectadores que, estando em baixo, recebem as cinzas e toda a sorte que elas transmitem. Hoje é o dia em que há mais tochas, em que as tochas são maiores e em que há mais gente e eu ... confesso que fiquei desiludido...
Porquê? Porque as tochas vieram uma a uma, diminuindo em muito o espectáculo visual esperado. A primeira foto é de uma cartaz de apresentação do festival e, raios os parta!, é tirada com a durante uns bons minutos para dar esse efeito. Alem disso, a táctica de por o pessoal a circular: de modo ao máximo número de pessoas puder ver o dito foi posta em prática o que quer dizer que a azafama tirava muito do espiritualismo da cena.
De qualquer modo, graças à companhia e ao facto de se verem japoneses totalmente malucos com o espectáculos e ao parque de Nara ao crepúsculo e à noite ~ valeu a pena! :)

Sabia que ...

... no Japão não se pode comer e andar ao mesmo tempo? A falta de habito levou a melhor e, depois de sair da estações, comprei um onigiri e fui comendo-o enquanto caminhava para casa ~ grande erro! Os transeuntes, em particular aquelas velhinhas que andam muito curvadas, lançavam-me aqueles olhares de "que nojo", "já não há maneiras" e "vê-se mesmo que não há educação no mundo". Por aqui tem de se parar, comer e depois, muito rápido se for necessário, recomeçar a marcha :)

Back to it

Depois de, se contarmos com o ajuste temporal, umas quase trinta horas de viagem chego ao Japão de novo. Durante o voo reencontrei Japoneses que, ironia das ironias, conheci em Portugal. Kaeritakunai, não quero regressar, era o que me diziam ~ Portugal é mesmo um óptimo pais para passar uns tempos de férias, e Coimbra nem se fala :D
Despedidas feitas e rumo, mais uma vez, e desta vez pelo meu passo ajudado pelos comboio que nunca se atrasam, para Tenri. Olhando em volta, há os homens e mulheres vestidos de fatinho - na foto um dos melhores exemplos que já vi de uma Office Lady - para ir ou a voltar do trabalho, as roupas informais estranhas, os olhos como fendas e não janelas para a alma, os familiares (namba, saidaiji, hirahata) nomes das estações em kanji e romanji ~ sim, é mesmo, estou de volta ao Japão.