Wednesday 24 February 2010

Fauna nas estações

[30/10/2009-11:11]

















Algumas imagens da população volátil e sempre em movimento das estações e comboios da zona de Osaka por onde me aventurei hoje. Note-se na menina de cima a saia minúscula e os sapatos mal calçados de modo a serem mais fáceis de tirar ao entrar em edifícios em que tal seja necessário. Note-se o menino de cima cujo eyepatch é igual aos tantas vezes aparecem em animes e afins. Note-se, em baixo, um olhar privilegiado sobre a mente pervert japonesa; a estação vazia combatendo um comboio cheio; e a confraternização rara entre os heróicos funcionários, vestidos a rigor, de estações e comboios que tornam tudo possível.

Estranhezas IV

Os comboios daqui são menos usados, feitos para levar mais gente de uma vez e muito mais raros nas chegadas e partidas. Não se parecem em nada com um metro de superfície e não tem uma paragem em praticamente todas as cidades, vilas e aldeias em que podem ou devem parar. Não é precisso picar o bilhete quando se entra e sai da estação, mas há um revisor que, a meio da viagem nos pede e verifica o pequeno papel. Esse pode - wow! - ser comprado em caixas de multibanco normais e não nas máquinas automáticas que esperam clientes em todas as estações. Aqui também há três tipos de comboios base mas são os melhores (alfa e intercidades) que são parecidos entre si e não os piores (local e expresso). Além disso não há shinkansen em lado nenhum e as maiores estações não são gigantescos centros comerciais subterrâneos. Finalmente, aqui os comboios não são uma espécie de orgulho e força motriz nacional ~ e ainda bem.

Estranhezas III

Quando se chega a casa deve-se tirar os sapatos. E se antes ainda havia uma certa não familiaridade com isso, agora é das coisas mais automáticas. O problema é que aqui não há tatamis, os tapetes feitos de algo que se parece com palha e que fazem com que os pés não fiquem totalmente enregelados como quando andam pelo lisíssimo chão de pedra que cobre as casas de Portugal. -_-"

Pitas em Nara

[29/10/2009-22:01]

Como nem só de comida japonesa pode viver o homem, hoje foi-se a um restaurante de pitas, aquelas coisas longínquas e estranhas que consistem num pão de forma estranha recheado com carne e alface e molhos e coisas. Não fossem os japoneses picuinhas com a comida, foi a melhor pita que já alguma vez comi, embora também tenha sido a mais cara. O cherry on top foi quando começou a passar uma música dos nossos Madredeus. Suponho que para japoneses, qualquer música de línguas estranhas com um toque ambiental dê para por num restaurante estranho e mais ou menos exótico. Seja como for, foi uma agradável surpresa.

Tuesday 23 February 2010

Numa Loja em Nara

[29/10/2009-22:00]

Aliás, numa minúscula loja de videojogos num centro comercial meio recôndito e obscuro na cidade de Nara. Aparentemente no Japão o FFVII é quase duas vezes mais caro do que o FFVIII. Alguém sabe se a PS que se compra por cá é compatível com estes? :o

Lição VI - Evangelion

[19/10/2009-18:52]

Hoje na aula de anime falou-se em transformações. De power rangers até a armaduras especiais, do Akira até ao Evangelion. Que heresia! Do evangelion nada de nada de nada foi dito que estivesse totalmente correcto e o resto da aula não trouxe nada de novo. Desde quando é que a absorção do Shinji pelo Eva é uma "transformação" e metáfora do crescimento da personagem? Talvez eu seja demasiado picuinhas quando se fala do melhor anime do mundo, mas assim não dá! -_-"

Tenri: 34°36′N 135°50′E


Tal como eu antes da viagem, agora apercebo-me que há uma multitude inacreditavel de pessoas que não faz a mínima ideia onde é Tenri, a terrinha em que habito no Japão. No mapa de cima vê-se bem as distâncias relativas. De Tenri a Osaka ou kyoto é aproximadamente uma hora, o que dá quatro ou cinco euros na viagem de comboio. Ir a Tokyo demora uma noite no pior e mais pequenos dos autocarros e Hiroshima, pela distância, será o mesmo. No mapa não aparece, mas muito mais para cima é Hokkaido onde só se vai em tempo útil de avião. Seja como for, é uma localização fantastica: fica pertíssimo de um dos grandes centros urbanos (Osaka) e do local onde o Japão é mais japonês (Kyoto) ~ feel free to visit one of these days ^_^

Fumiko's Confession

[10/11/2009-23:55]



Anime independente, feito por uma só pessoa ~ aiai

Chisato stared

[03/11/2009-14:55]



Esta é uma das melhores animações que já vi. Saiu da mente de um aluno do terceiro ano de uma Universidade dedicada a anime e manga em Tokyo. Só pelo Japão é que isto é possível ...

Ore wa Jakku Baua

[31/01/2010-20:32]

Os japoneses são doidos e isto é uma excelente prova desse facto.

One Piece: Strong World

[12/12/2009-23:55]

A história de comprar os bilhetes, ir para o filme, horários, peripécias e outras coisas que se passaram ficará para outra altura (já a fiz? ~ hmm). Por agora falemos no que é o décimo filme do One Piece e o primeiro dirigido pelo mestre que criou todas as coisas nesta manga: o Oda. O filme é a típica história shounen em que a integridade das personagens já conhecidas é respeitada, com a plot nem medíocre, nem over the top, e com um vilão fantástico que depois é derrotado de forma injusta e idiota só porque tem de ser. A animação é brutalíssima e as referências ao universo visual criado nas mangas, seja nos posters, seja na página inicial, são mais do que muitas. Para quem gosta de One Piece é obrigatório, para quem gosta de animais estranhos - tigres azuis de seis patas e polvos gigantes fora da água - a lutarem num free-for-all selvagem também. De resto é normal enternainment XD

Noroi

[11/12/2009-16:00]

Vi este filme à mais ou menos uma semana e não o recomendo a ninguém. A não ser que gostem de ficar assustador com o pensamento de subir as escadas ou olhar para o céu e ver uma pomba. Em particular não vejam este filme se estiveram no Japão: a quantidade de referencias visuais que são iguais ao sítio onde moram é horrível e não ajuda à tranquilidade mental e à imaginação demasiado volátil. O filme é, essencialmente, um filme dentro de um filme que é feito como um documentário e a sua maior vantagem é o quão real, plausível e verdadeiro parece. É como ir fazendo um puzzle e muito lentamente nos apercebermos que a imagem final é um destino terrível a que não podemos escapar. Se gostarem de horror, é obrigatório, se não, nem lhe toquem.

Tonari no Totoro

[10/01/2010-18:35]

Depois da visita, no ano passado, ao museu da Ghibli, finalmente vi o que é dos, se não o, anime mais famoso por aqui: Tonari no Totoro. Independentemente e se gostar ou não de anime, os Japoneses parecem ver o Totoro como algo à parte e, por isso, ele é adorado por praticamente toda a gente. Razão? Muito à maneira japonesa me disseram que ele é “ooki de kawaii” (grande e fofinho); e que mais é que é preciso para se gostar de um filme se não uma personagem assim?
Muito se fala sobre a sua atracção para crianças e adultos portanto vou passar a parte técnica dos maravilhosos e tantas vezes mágicos desenhos, vou passar as personagens tão cheias de humanidade e vida e vou directamente para algo que, agora que aqui estou, me atingiu com muito mais força do que eu pensei ser possível. O filme é japonês! Totalmente japonês o mais japonês que podia ser. Só agora noto que ele tem muito mais coisas do Japão do que me seria possível entender antes. O tirar os sapatos antes de entrar em casa; a vénia dada pela rapariga à velhota que os ajuda; a estrada ladeada por campos de arroz até perder a vista; o estudo de kanjis na escola; um torii e uma árvores gigantesca com uma corda com papel cerimonial à sua volta onde, de acordo com a tradição japonesa, moram os deuses e onde a família vai prestar os seus agradecimentos; e, por fim, a total falta de violência, ódio, revolta e maldade que não estou a ver em praticamente nenhum outro tipo de filme no mundo. Afinal, qualquer filme em que apareça um gato que é um autocarro tem de ser bom não é?

Kamikaze

[10/11/2009-18:17]

Estávamos algures entre mil duzentos e setenta e quatro e mil duzentos e oitenta e um, quando uma serie de tufões que impediram a invasão do Japão pela Mongólia. Esses ventos tiveram o nome de Ventos de Deus, em Japonês Kamikaze (神風). Alguns séculos para a frente e esse é o nome usado por pilotos suicidas que despedaçaram, pelo menos no inicio, as forças americanas com ataques raramente vistos na história da guerra. A motivação desses, muitas vezes jovens, pilotos para dar a vida pelo país foi meticulosamente construída pela educação baseada na protecção do estado, na religião promovendo o Japão como uma especial e única teocracia baseada no imperador, e nas crenças antigas que a morte trás uma transformação divina num kami (deus) e que, ao morrer de tão honrosa maneira, a sua importância seria aumentada. Isto tudo sem esquecer a tradição dos samurais em que a honra e a morte se encontravam intimamente ligadas. Cada país tem as suas pancas e esta foi claramente das maiores pancas que houve num país que, já à partida, tem muitas. É muitíssimo interessante ver como é que o Japão era no antes e no depois da segunda guerra mundial, juntamente com as causas e consequências do que se passou. ~ aiai ~ história e cenas né ~

Monday 22 February 2010

Inglês

[03/11/2009-09:15]


É por causa destas coisas que eles me contactaram para dar aulas em Nara ~ mas dam! ~ é difícil ensinar inglês aos putos de 13 anitos O.o

Estranhezas II

Hoje disseram-me para ir pôr o lixo lá fora. Não se teve de olhar para um calendário, de ver se era o dia correcto, nem verificar se havia ou não recolha. Além do mais, no fundo da rua havia um contentor onde toda a gente podia pôr o lixo a qualquer hora, visto este ser recolhido todas as noites. Do mesmo modo, a embalagem de iogurte liquido foi posta num saco onde se encontravam mais embalagens de iogurte liquido, saco esse que poderá ser posto a qualquer altura no local designado para o efeito ~ coisa prática não é?

Kanji (八)  早

[29/10/2009-23:31]

O significado desde kanji é difícil de saber e fácil de inventar. Ele significa rápido (), mas só pode ser usado quando o rápido tem haver com tempo e não velocidade. Eu pensava que o kanji era um sol () a erguer-se de manhã, algo que, é sempre mais rápido do que parece. Afinal, a representação antiga do kanji era uma espécie de nós a ser fervida para obter uma tinta escura. O tempo fez com que esse escuro simboliza-se a noite antes da alvorada, depois, a manhã cedo e, finalmente, o pouco tempo que demora até ela chegar. Perto da minha interpretação, mas muito mais interessante.

Ramen

[07/11/2009-16:16]

A imagem não pertence a este dia mas, visto hoje ter comido ramen ao almoço e ao jantar, achei por bem pôr aqui esta curiosidade. ramen, para os que não sabem, é um tipo de massa japonesa que é comido numa tigela ou, no caso da imagem, num balde. Pode ser acompanhado por uma panóplia de ingredientes adicionais que pode ir desde especiarias - picantes - da Coreia até vegetais ou carne. Mas isso não é o mais interessante, quando se come ramen por aqui, contra todas as regras de boa educação ocidentais, deve-se fazer barulho ao sorver, como se de uma bebida bebida por uma palhinha, a dita "massa" apanhada pelos pauzinhos do referido balde. Agora imaginem a seguinte imagem uma mesa com japoneses e com estrangeiros, uns a fazerem um barulho que, para muitas mães e vós, seria nojento e outros a tentarem comer o melhor que podem, sem se aventurarem nesse desafio de ferir os ouvidos e as mentes da longínqua sociedade ocidental. É claro que, só é desculpável por serem estrangeiros: o barulho é sinal de que o ramen está bom e, por isso, um elogio ao cozinheiro e e ao restaurante.
Alas, como em tantas outras coisas, é automático e, por muito mau que o ramen esteja, a maioria dos japoneses, estou aqui de propósito a excluir os yakusa, comerão da mesma barulhenta maneira.

Afro Samurai

[25/01/2010-15:31]


Este é dos animes mais impressionantes que as aulas do semestre que agora acaba me apresentou. A história - vingança vingança vingança - não é particularmente inteligente e a premissa - toda a gente pode e vai vai atacar o herói e só ele quer atacar a única pessoa que é melhor do que ele - não é particularmente imaginativa. Mas, tal como se pode deduzir do título, o que é mesmo novo neste anime é a totalmente estranha, bizarra e, por vezes, ultrajante mistura da cultura Americana com o Japão feudal. Temos um samurais que é pretos, a fumar cigarros tipo Clint Eastwood, a lutar contra inimigos que têm lanças tradicionais ou bazucas. Estes, por vezes, são comandados por uma organização composta por velhos sábios com todo o aspecto de mestres zen, sediada num templo Budistas onde há stripers loiras e braços mecânicos à lá terminator. É perfeito para quem conhece bem o mundo do Japão feudal - por Portugal conhecido pelo Samurai X - e todos os mais sabidos toques de um filme bem americano. Não esperem uma masterpiece, mas vale a pena dar uma olhadela. E já agora, a animação é totalmente fantástica.

Memoirs of a Geisha

[03/11/2009-09:14]

Há um mês, ou lá perto, atrás vi esta gema que, embora demasiado hypada, mostra muitissimo bem algumas das vidas, atitudes, maneiras e emoções vividas no Japão pré-guerra e, mais tarde, o contraste terrível e arrebatador do Japão pós-guerra. Felizmente, como hoje posso comprovar, muita coisa não se perdeu e outras foram infinitamente melhoradas. Mas vendo as imagens do que seria Kyoto, com Geishas a caminhar lentamente com os seus coloridos quimonos e sombrinhas, com as casas soltas das sombras de arranha-céus, com a ocidentalidade completamente banida da vista, som e coração, não se pode deixar de suspirar e ter pena que o tempo não pare, por um momento que seja.

Gomenasai

[29/10/2009-13:27]

No Japão gomenasai, a forma mais formal de gomen, é como se pede desculpa. Não o desculpe de "deixe-me passar" ou o "oops essa coisa que eu pisei era o seu pé", mas o desculpa por algo que foi por causa de algo que está egoisticamente relacionado com a pessoa que pede. Dito isto, os Japoneses exageram. Hoje a minha sensei, ao bater na mesa, pediu-lhe desculpa - à mesa! - de forma completamente automática e irreflectida. Isto é mais ou menos normal. Pede-se desculpa tantas vezes, em tantos (todos) lugares, por tantas coisas e a tantas (todas) pessoas que até à mesa, ao semáforo ou ao carrinho de supermercado se pede. Isto faz com que tudo seja muitíssimo educado mas que, em última analise, cada desculpa seja inteiramente despido de sentido. eu, pessoalmente, prefiro a minha estratégia.

Hokkaido (07/xx) End day

[07/02/2010-22:51]

Fim do dia. Muito frio, alguma neve. A mochila começa a pesar nas costas e a capa académica é uma aliado importante para o tempo que a noite dá. Espera-se um autocarro, faz-se a ligação para outro e finalmente está-se na estação de comboios. Lá, apanha-se o comboio para a maior cidade de Hokkaido, onde o hotel espera. Se o dia de hoje foi cansativo, o dia de amanhã sê-lo-à mais. Dormita-se na viagem. Chega-se a Sapporo. Encontra-se, depois de várias voltas, o dito hotel. Compra-se o jantar na combini mais próxima e é tempo de dormir.

Hokkaido (06/xx) Onsen

[07/02/2010-19:51]

Como dito à alguns posts atrás, Noboribetsu é muito conhecido por ter onsens. Onsen são banhos públicos muito normais no Japão. Normalmente o Onsen tem uma sauna, várias piscinas com diferentes águas, a diferentes temperaturas e para diferentes propósitos. Como não se pode deixar passar a oportunidade de experimentar, lá se foi para dentro, enfrentando uma quantidade mais ou menos reduzida de homens nus e uma muito sufocante concentração de vapor de água. A água, pelo que nos dizem é natural e aquecida pela grande actividade vulcânica do local. Mas o que torna este onsen mesmo bom é que têm um banho ao ar livre: estar mergulhado em água a quarenta e muitos graus ao mesmo tempo que se vê neve a cair por cima de nós é uma coisa que toda a gente devia experimentar. Em particular se a neve se materializar, como por mágia e em grande flocos, na escuridão da noite.
Como o vapor era muito as fotos ficaram totalmente inutilizáveis ~ deixo por isso um demónio exterior, numa nascente de água quente rodeada de neve.

Hokkaido (05/xx) Bear Park

[07/02/2010-19:36]

O dia estava a terminar mas ainda houve tempo dar um pulo ao Bear Park. Um local onde, como se vê pelo nome, era dedicado aos ursos. O parque, uma má tradução visto que em japonês estava escrito rancho, era no cimo de uma das montanhas mais altas da região, sendo o topo atingível por um teleférico que, na subida, oferece uma visão digna. Chegando ao cimo há vários fossos com ursos de várias espécies ou subespécies, aos quais pudemos atirar uma espécie de biscoitos. No entanto, mais surpreendente que os ursos, são os inúmeros, barulhentos e horrendos corvos que estão semeados, pelos mesmos biscoitos, nestas paragens. Assim sendo, metade dos biscoitos caiam longe dos ursos e, sendo os corvos muito mais rápidos que esses gigantescos animais, rapidamente os recolhiam. É muitíssimo interessante ver quanto é que um corvo se aventura perto das patas de um urso e posso dizer que é muito mais perto do que eu me aventuraria. É claro que estes ursos deviam estar a hibernar e, portanto, pareceram-me muito mais pesados do que seria normal, mas mesmo assim ... Outra coisa impressionante é o tamanho dos ursos: entrando num corredor que nos mete no mesmo nível dos enormes animais é possível estar face-to-glass-to-face com eles e eu posso dizer que a cabeça de um urso é umas quatro vezes a minha e a pata de um urso é grande o suficiente para englobar toda a minha face. Felizmente, ou não, estes ursos estavam bastante habituados ao processo e a única coisa que queriam eram os ditos biscoitos que, dados de dentro do túnel por uma espécie de tubos, não era roubados pelos corvos.
No fim, visitando o local coberto de neve, ao mesmo tempo que o frio, a neve e o azul das mãos nuas se adensava, uma visão que dificilmente se vê na foto mas que está perfeita na meu espírito: um corvo com um pedaço de carne crua, vermelha e ensanguentada no bico, a ser perseguido por uma multitude dos seus "companheiros" entre as negras árvores e os o acinzentado céu. Aqui, no cimo da montanha, mesmo que os ursos estejam em fossos e mesmo que os corvos não debiquem nos cadáveres gelados pelo frio, a natureza ainda resplandece, num relembrar que nem sempre o homem tem todos os trunfos no jogo da sobrevivência.


Sunday 21 February 2010

Hokkaido (04/xx) Yuzawa Jinja

[07/02/2010-19:36]

Templo xintoísta minúsculo perdido no meio da minúscula cidade. É bonito como a neve trás uma tranquilidade suplementar fortíssima até ao mais minúsculo templo que a acolhe.

Hokkaido (03/xx) Jigokudani

[07/02/2010-19:35]


Noboribetsu é conhecido por três coisas e uma delas é o Jigokudani, aka Vale do Inferno, um local que tem uma mistura de actividade vulcânica, águas em ebulição, enxofre e neve, fazendo uma paisagem que, além de ser inóspita, parece ter sido saída de um sonho híbrido em que os infernos vaporosos da raiva se confundem com as tundras geladas da solidão. A imagem do vale fica completa com estreitas pontes de madeira cobertas de escorregadia neve, um altar dedicado aos deuses do local, visões da àgua a correr por entre o vapor que sobe na montanha e a floresta de árvores nuas cabertas de branco. Correndo profundamente nessas florestas, depois de subir por caminhos de neve virgem apoiados em cordas que tentam evitar quedas dolorosas, é possivel deixarmo-nos cair na neve, respirar o ar gelado e observar os ramos das àrvores na silhueta do céu azul. No fim do caminho, um lago sulfuroso cujas margens se encontravam possuídas de um visco escuro e podre vindo, muito literalmente, das profundezas, uma montanha coberta de neve e pedra, e o cheiro puterfacto à não-vida do pó amarelo. No fim, só a memória enriquecida, os pés frios, meias molhadas e botas cobertas de neve ficam ~ que maneira tão boa de sentir a tarde.





Saturday 20 February 2010

Estranhezas I

Há coisas estranhas em Portugal de que só nos apercebemos quando não estamos cá. Por exemplo, não se tira os sapatos quando se entra em casa e eles são usados enquanto se está em casa. Outra coisa estranha é que o botão que tem o zero no telemóvel faz o espaço, e isso faz com que não seja preciso andar para a direita para fazer um espaço.
Eu pergunto-me que mais coisas estranhas há neste pais por redescobrir ^_^

Friday 19 February 2010

Shurikens

Eu considero-me uma pessoa mais ou menos simpática. Como tal, tendo uma família bastante grande é-me normal que, num regresso de uma estadia num país mais ou menos perdido no fundo da terra, eu traga alguns presentes para aqueles que ficaram no Pátria. Ontem estive até às seis da manhã, hora em que deixei Tenri, a organizar e optimizar as malas. A regra dos vinte quilos, que apenas permite a um viajante fazer o /check in/ de /uma/ mala com vinte quilos, fez-me organizar as coisas da maneira que julguei mais apropriada. Na mala grande, a que faria o check in iria tudo o que fosse mais ou menos inquebrável e na outra, mais pequena, iriam todas as coisas que se partem, ou seja, os presentes e as coisas pesadas, pois essa levá-la-ia comigo em todas as alturas, salvando-a de um eventual diagnostico de peso. Assim foi, no fim da noite e depois de uma mísera hora de sono tinha uma mala grande de vinte ponto seis quilos e uma pequena pesadíssima e a abarrotar. Isto, claro, sem contar com o portátil e um saquinho com coisas em não puderam ir em mais lado nenhum.
Feito isso, saio de Tenri no comboio, já populado de senhoras de fato e meninas de uniforme, das seis e vinte e cinco, a caminho de Nara. Chego à cidade dos veados sagrados às seis e quarenta e seis e, mesmo à frente da estação, por volta das sete, apanho o autocarro especial para o aeroporto cujo bilhete já tinha comigo. O aeroporto de Kansai, uma maravilha da construção civil e um dos poucos aeroportos do mundo a ser construído em cima de água, fica longe e a ele chego por volta das oito e quarenta e seis. O meu avião parte às onze e, portanto, respeitando a regra do está-lá-duas-horas-antes, dirijo-me ao check it. Eles não causam problemas com o facto de ter uma mala, um portátil e um saco e tranquilamente coloco a mala dos vinte quilos nos cuidados de outros: encontrá-la-ei em Portugal com certeza! Depois, e como me avisaram que o security check estava a demorar dirijo-me para lá. Como já é normal, ponho a mala num cesto, o portátil noutro, a mala do portátil noutro, o casado noutro e os pertences dos bolsos noutro. Desta vez não tinha botas, portanto deixei-me estar calçado. Isto de saber as regras tem vantagens e, portanto, foi rapidamente que se confirmou que poderia passar. Uma espera pequena, umas coisas feitas no portátil e por volta das onze estava a levantar voo e olhar pela janela para a região de Kansai lá em baixo. As treze horas que se seguiram foram um misto de refeições de avião, dormitar, ver uns filmes, ficar no banco pequenino e olhar pela janela para as saudosas neves de Hokkaido, as nuvens fofinhas e os céus azul acima do mau tempo de inverno que cobre Rússia e Europa.
Por fim, e porque as diferenças horárias, desta vez, estavam comigo e chego a Frankfurt, Alemanha, às três e meia da tarde. Confirmando os meus horários, vejo que o voo para Portugal é às nove e trinta e cinco. Decido, por isso, sair e ver como é Frankfurt: seis horas é mais do que suficiente para ir, voltar e estar chegar ao aeroporto a tempo de, serenamente, apanhar o voo para Portugal. É claro que não foi assim tão simples – se o fosse este post seria muito diferente – e, chegado à saída do aeroporto, depois de confirmar que era possível sair do mesmo, vejo que não tenho grandes posses financeiras, japonesas ou europeias. O preço de colocar as malas num sítio seguro, da viagem de ida e volta para a cidade e um possível jantar, ultrapassava as minhas parcas possibilidades e, portanto, pensando que o tempo de chuva e vento não convida grandes passeios, resolvi reentrar no aeroporto para esperar, preferencialmente junto de uma ficha de electricidade, o meu longínquo voo.
Se a ligação entre os voos não fosse tão longa, se o meu interesse por viagens não fosse tão grande ou se a minha simpática fosse menor, o incidente que se teria sido evitado. Por outro lado, se o meu dinheiro estivesse em melhores dias, se o tempo estivesse melhor ou se eu tivesse grandes planos para visitar Frankfurt, a situação ter-se-ia tornado muito pior. Nem sei o que dizer… O procedimento é internacional portanto, fazendo outro security check, faço exactamente o mesmo que tinha feito à algumas horas atrás: coloco mala, portátil, mala do portátil, casaco e pertences em cestos diferentes e passo para o voo. Se já tinha feito um, com exactamente as mesmas coisas, exactamente com o mesmo comportamento, nada iria correr mal não é? Não, não é. A mala dos presentes atrasa-se e, depois de dois seguranças falarem, em alemão, com uma polícia, pedem-me para a abrir e retirar algo que, pelo raio-X “parecia perigoso”. Um conselho amigável: nunca passem por um security check alemão com shurikens verdadeiras feitas de ferro, mesmo que essas sejam pouco afiadas, tenham sido compradas num parque de diversões e seja um presente para os vossos irmãos. Disseram-me que era uma “felony” a posse de “armas” assim na Alemanha e a gravidade da situação ficou bem explicita quando chegaram dois polícias, totalmente vestidos e armados a rigor com um sem número de papéis que tinham termos como “advogado”, “depoimento”, “declaração” e “direitos”. Nesta altura eu já não estava muito preocupado em levar as ditas “armas” para casa e, se fosse uma pessoa mais nervosa slash stressada estava à beira de um ataque de nervos. Ainda pior: o meu telemóvel português está sem bateria à meses e o japonês, obviamente, não tem rede na Alemanha. Depois de ler os papéis e de fazer um em sem número de perguntas aos super-profissionais polícias que, muitas vezes, só me diziam que não lhes era permitido dar-me conselhos naquela situação, entendi que a ideia era eu ou fazer um depoimento, ou escolher não fazer um depoimento, ou dizer que requeria a ali e agora presença do meu advogado, ou fazer um depoimento por escrito, ou outra coisa que não me lembro mas que não devia ser importante. Além disso podia dizer se me considerava ou não culpado do “crime”. Fosse qual fosse a minha escolha, a ocorrência seria mandada para um advogado que depois me contactaria, esclareceria a história comigo e, se necessário, com o meu advogado e, por fim, decidiria se tinha de pagar multa ou ficava totalmente ilibado. Felizmente ninguém falou em prisão, mas já nem me surpreendia muito, dado o surreal da situação. Acabei por, numa jogada de demonstrar boa fé, por me ser difícil contactar seja quem for, e por achar que a justiça estava comigo, escrever um depoimento a contar a história que já conhecem e não colocar nada nas cruzes do culpado ou não: não fosse o diabo tece-las.
Depois de quase duas horas de perguntas e papeis e confirmações e oh-my-god-como-é-que-vim-aqui-parar estava tudo tratado e os polícias, meio ironicamente, meio complacentemente, desejaram-me, se possível, a continuação de uma boa viagem. Finalmente, fui comprar um cachorro, dirigi-me para a porta de embarque, encontrei uma ficha, tirei o portátil e escrevi esta história. O embarque para Portugal é daqui a setenta e um minutos, vamos ver se tudo corre como o esperado.

Thursday 18 February 2010

Lolita

[28/11/2009-10:38]


Na estação de Kyoto, ao pé de um cartaz excessivamente luminoso a publicitar a opera da bela e o monstro que estreou à pouco. Não estranhamente, a menina tinha uma fato mais awesome do que a bela do cartaz ~












kawaii deshou ~

Wednesday 17 February 2010

Jantar

Apercebi-me hoje que estou um bocadinho mais ou menos grande farto de arroz, portanto decidi oferecer-me um bife, um daqueles que estava em promoção, e um bocado de esparguete. As bananas são para mostrar que eu ainda tenho potássio no sangue. As moedas são yens, a coisa vermelha é o meu porta chaves e as folhas que se vêem são resquícios de sombras de memórias passadas.
uff ~~

KitKat de melão

Das melhores coisas que já comi por aqui. É impressionante como um chocolate pode mesmo saber a melão :)

Lixo

Este é um post que queria fazer desde que aqui cheguei. É agora que tento explicar e explicitar uma das maiores diferenças entre o Japão e qualquer outro sítio. E o ponto da questão é o lixo. Na verdade, não. O ponto da questão é a reciclagem do mesmo. A reciclagem no Japão leva-se a extremos nunca imaginados na Europa e que dificilmente funcionariam em países menos organizados.
Em primeiro lugar não há caixotes de lixo. Aqueles caixotes de lixo grandes ao fundo da rua são raríssimos e quase ninguém tem a prática de os usar ao final do dia. Aqui, todo o lixo é guardado em casa, depois de obrigatoriamente separado e, obviamente, lavado. Sim. No Japão o lixo lava-se antes de ser posto no lixo. Porquê? Porque ele é colocado em casa e por lá fica... por bem mais horas do que é normal por ai. Pode-se imaginar a disciplina que isto requer: não lavar o lixo quer dizer que, em breve, a casa ai ficar com o cheiro nauseabundo daquele peixe de há dois dias atrás ou aquele ramen que soube tão bem à uma semana.

Então e a separação? Ainda mais complicado! É diferente para todas as as cidades do Japão e até para diferentes bairros, aparentemente por uma questão de optimização uso dos camiões do lixo, mas aqui em Tenri é um pequeno pesadelo que nos explicam, totalmente em Japonês, totalmente imperceptível, no dia em que se chega aqui. Essencialmente há oito tipos e, sim, há um livrinho que nos dão e que diz, praticamente para tudo o que se possa imaginar, em que tipo encaixa a coisa. Alem disso virtualmente todas as coisas tem o tipo de lixo a que pertencem todos os seus componentes nas respectivas embalagens. Os tipos são:
  • Lixo que se queima. Aqui entra todos os restos de comida, papel higiénico, preservativos, etc;
  • Plásticos. Praticamente todas as embalagens e protecções inerentes vão para aqui;
  • Garrafas, embalagens de cartão, roupa. Tudo quanto é garrafas de sumos e embalagens de leite, que aqui não têm o alumínio por dentro, e, ainda não percebi porquê, roupa;
  • Vidros e Alumínios. Os vidros têm de estar inteiros, portanto é essencialmente garrafas. No alumínio encaixa todas aquelas latas de leite condensado, molho de tomate ou pêssego que são difíceis de abrir;
  • Vidros, sprays e coisas pequenas. Garrafas partidas que não queremos ver espetadas nos pés vão para aqui; sprays daquelas coisas para pôr no cabelo, depois de devidamente de-pressurizados com um objecto especializado que nos é dado; e coisas mais ou menos raras que também têm o seu tempo como rádios, panelas e guarda chuvas;
  • Esferovite. Essencialmente, muitas das embalagens de ramen e o pratito onde estão as pizzas compradas no supermercado.
  • Coisas grandes e possivelmente perigosas. Aqui entram as pilhas, os frigoríficos e mobília.
Ora, cada um destes tipos de lixo tem um dia para ser colocado lá fora e ser recolhido. O lixo queimável, o mais mal cheiroso, é recolhido todas as segundas e quintas, a não ser que seja feriado. Isso, mesmo assim, é muito pouco e o lava-lo assume um papel muito importante no bem estar, e cheiro, da casa. Até à quem volte a cozer as espinhas não cozinhadas do peixe para o cheiro não fazer tanto efeito: peixe cozido cheira melhor do que peixe cru, particularmente se falarmos de alguns dias. As coisas grandes e perigosas, o último tipo, podem ser deitadas fora quatro vezes por ano, num só dia dos meses de Março, Maio, Agosto e Dezembro. O resto do lixo é mais complicado, mas a ideia geral é que, cada um deles vêm num dia especifico da semana, pela ordem de cima, começando na segunda e acabando no sábado. E pensar que em Portugal as pessoas simplesmente vão pôr o lixo na reciclagem ~ nem sei qual sistema é melhor.


PS: a primeira imagem tem todos, ou quase, os tipos de lixo ~
~ taihen deshou!

Acidentes com pessoas

Nem sempre se fala de suicídios quando se fala em acidentes com pessoas nos comboios do Japão. Hoje na aula a sensei contou-nos uma história que se passou ontem ou anteontem por estes lados. Aparentemente um rapaz de vinte e poucos anos e uma mulher caíram na linha do comboio quando o dito estava prestes chegar. Sem muito tempo, o rapaz teve tempo de se refugir por baixo da plataforma e ter uma visão privilegiada e muito, talvez, demasiado, próxima, das rodas do comboio. A mulher não teve tanta sorte. Estando no meio da linha, teve a brilhante ideia de se deitar, o mais direita possível entre os carris e deixar o colosso de ferro passar-lhe por cima, esperando caber nos pouco mais de trinta centímetros entre o chão e o movível tecto de aço que se aproximava. Impressionantemente, funcionou mesmo! Foi para casa apenas com algumas feridas menores na cara, um susto muitíssimo grande, e a certeza de não querer nunca mais esperar pelo comboio tão perto do local exacto onde ele parará.

Manhã

Hoje estavam aproximadamente menos quatro graus quando sai de casa. Embora o tempo estivesse bom, o sol e o azul do céu desaparecido atrás de um gigantesco manto de nuvens acinzentadas, o frio fazia-se sentir a cada passo, a cada pedalada, a cada respiração. Não é a melhor motivação do mundo para sair da cama ~ mas que remédio, né?
Espero que o tempo por Portugal esteja mais quentinho ^_^

Tuesday 16 February 2010

Kanji

À umas quatrocentas horas atrás, num tempo de muito mais stress do que agora, perguntaram-me o que era "kanji". Apercebi-me que ainda não tinha aqui posto uma explicação desses meus fairweather friends (gotta love this expression). Pelo que, agora, passado aproximadamente vinte e quatro mil minutos, respondo à doce menina que me perguntou, os kanjis são as letras que, se usam na China e no Japão. São símbolos compostos por várias partes chamadas radicais e reflectem uma ideia, uma abstracção, uma imagem ou, até, uma história. A china só escreve com eles, tendo cada um dos mais de sei mil usados na china uma leitura especifica. Para os chineses, como já me disseram, o kanji, mais do que a pintura que é uma letra do nosso alfabeto: é uma espécie de pequeno filme que se une. Depois, esses seis mil pequenos filmes podem ser ordenados para dar grandes filmes, isto é, palavras compostas por vários kanji. O exemplo típico (em japonês, a ideia é a mesma para china) é estudo, que é composto pelos kanji de diligência e forte.
O Japão foi apanhando a coisa da china e adaptou os kanjis à sua língua, na altura somente falada, o que quer dizer que, no Japão, em geral, os kanji, têm duas leituras: a chinesa (on-yomi) e a japonesa (kun-yomi). Além, disso o Japão só usa uns míseros dois mil. Desses, nesta altura, depois de seis meses de estudo de japonês, eu consigo ler, escrever (e sim, escever é, em geral, muito mais complicado do que ler) uns trezentos. Só faltam mil e setecentos. :s

Monday 15 February 2010

Última aula

É engraçado que esta seja a ou das primeiras coisas que aqui ponho sobre as aulas de inglês que dei no clube de inglês da escola primária slash segundaria de Nara. Hoje foi o último dia de aulas que darei este semestre e continuo a não entender as crianças no inicio da adolescência no Japão: são ainda mais estranhos do que o normal. Têm os relacionamentos, rituais e maneirismos mais vincados, estratificados e estereotipados do que conseguiria estar à espera à uns meses atrás. Vi, durante este tempo de tudo, desde miúdas a gritar por atenção até rapazes aos murros com a professora ao lado. Sim, no Japão, as crianças só parecem adoráveis ~ não fosse o meu interesse cultural da coisa e, por vezes, teria querido mandar um yamenasai! ao ar.
Alas, no fim do dia, existe a certeza de que foi uma experiência a recomendar a toda a gente que a possa fazer! Particularmente, porque, depois de aturar os mais novos, há a aula dos mais velhos em que dá mesmo para falar ... falar do Japão e da Europa e da América, e de sonhos e gostos, da cultura, do que é estranho, do que se viu e do que se quer ver, das coisas que se quer saber e das coisas que são atraídas pela curiosidade que é natural. Além de chatear as pessoas com perguntas atrás de perguntas sobre isto e aqui e o outro e o porquê e o como, o qual, o onde e o quando. No fim, ficou o tácito conhecimento meio perdido e abstracto de como funciona o Japão e a sua educação para crianças e adolescentes e, claro, uns quantos mails de telemóvel :)

PS: E, para todos os que querem saber, sim, toda a gente que é estudante por lá usa o dito e muito famoso uniforme que, para as meninas, tem mesmo um lenço ao pescoço e uma saia de pregas, uma camisa, sapatos pretos e meias brancas. Agora já não é assim tão surpreendente ver os ditos a navegar pelas ruas ~ mas quando há muitos, é uma visão para ser vista.

Saturday 13 February 2010

O quarto

Hoje comecei a tratar dele ~ talvez antes de ir para ai consiga acabar a tarefa :s

Um almoço do passado

E estava tãããoo bom :)

Hokkaido (02/xx) Noboribetsu

[07/02/2010-19:34]

Noboribetsu é o nome da primeira paragem. Esta é uma cidade slash vila minúscula que é conhecida pelos seus onsens, ursos e neve em paisagem sulfurosa. Felizmente, a vila é pequena, como deu para ver no posto turístico. Tudo o que se quer ver está à distancia de alguns passos que, de qualquer modo, são bons para dar se se gostar de neve e um bocadinho de frio revigorante. Pelas ruas, uma quantidade enorme de estátuas de mochos, demónios, ursinhos e outras coisas meio caracteristicas meio inventadas, davam a entender que tudo é muito dirigido para o turismo o que, por sua vez, quer dizer que é um óptimo sítio para se estar :)

Hokkaido (01/xx) Aeroporto

[07/02/2010-12:54]

E começa a revisão da minha ida à ilha gelada de Hokkaido, a ver se consigo mesmo terminar a coisa. Depois de chegar, não tão cedo, pela manhã, e ser confrontado com um aquário enorme no aeroporto, comer qualquer coisa na combini mais perto, chegou o tempo de enfrentar a tempestade de neve (MUHAHAHAH) lá fora e apanhar o autocarro para a primeira paragem que, por razões logísticas e temporais, não é o hotel onde, nessa altura, queria mesmo pôr a pesada mochila que tinha nas costas, entre o casaco e a capa negra que me acompanhava.