Monday 22 February 2010

Hokkaido (05/xx) Bear Park

[07/02/2010-19:36]

O dia estava a terminar mas ainda houve tempo dar um pulo ao Bear Park. Um local onde, como se vê pelo nome, era dedicado aos ursos. O parque, uma má tradução visto que em japonês estava escrito rancho, era no cimo de uma das montanhas mais altas da região, sendo o topo atingível por um teleférico que, na subida, oferece uma visão digna. Chegando ao cimo há vários fossos com ursos de várias espécies ou subespécies, aos quais pudemos atirar uma espécie de biscoitos. No entanto, mais surpreendente que os ursos, são os inúmeros, barulhentos e horrendos corvos que estão semeados, pelos mesmos biscoitos, nestas paragens. Assim sendo, metade dos biscoitos caiam longe dos ursos e, sendo os corvos muito mais rápidos que esses gigantescos animais, rapidamente os recolhiam. É muitíssimo interessante ver quanto é que um corvo se aventura perto das patas de um urso e posso dizer que é muito mais perto do que eu me aventuraria. É claro que estes ursos deviam estar a hibernar e, portanto, pareceram-me muito mais pesados do que seria normal, mas mesmo assim ... Outra coisa impressionante é o tamanho dos ursos: entrando num corredor que nos mete no mesmo nível dos enormes animais é possível estar face-to-glass-to-face com eles e eu posso dizer que a cabeça de um urso é umas quatro vezes a minha e a pata de um urso é grande o suficiente para englobar toda a minha face. Felizmente, ou não, estes ursos estavam bastante habituados ao processo e a única coisa que queriam eram os ditos biscoitos que, dados de dentro do túnel por uma espécie de tubos, não era roubados pelos corvos.
No fim, visitando o local coberto de neve, ao mesmo tempo que o frio, a neve e o azul das mãos nuas se adensava, uma visão que dificilmente se vê na foto mas que está perfeita na meu espírito: um corvo com um pedaço de carne crua, vermelha e ensanguentada no bico, a ser perseguido por uma multitude dos seus "companheiros" entre as negras árvores e os o acinzentado céu. Aqui, no cimo da montanha, mesmo que os ursos estejam em fossos e mesmo que os corvos não debiquem nos cadáveres gelados pelo frio, a natureza ainda resplandece, num relembrar que nem sempre o homem tem todos os trunfos no jogo da sobrevivência.


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