Sunday 14 March 2010

Clubes do/no Japão

Para quem vê anime os clubes japoneses não são uma novidade assim tão grande: depois das aulas, da escola primária até à universidade, e às vezes para alem disso, milhões de jovens se dedicam, de corpo e alma, que, não raramente, passa a ser mais importante do que as aulas em si. Os clubes têm um valor social enorme. Por um lado permitem à pessoa encontrar outros que partilhem os seus gostos, coisas na sociedade japonesa rara e que não acontece se não se criar uma situação ou localização para isso. Por outro, faz com que o desenvolvimento físico e slash ou mental da pessoa não seja só focado no que dado nas aulas. Não é normal haver japoneses que sabem tocar guitarra ou koto, que saibam caligrafia a nível profissional, que já tenham praticado algum desporto ou arte marcial, ou que já tenham convivido mais com uma língua estrangeira por que se interessam. Dito isto há clubes de tudo e as suas regras são decididas internamente. Há clubes muitíssimo estritos, em que hà regras para tudo, desde quando se entra até como se cumprimenta as pessoas; e clubes muito mais suaves, em que o convívio é muito mais importante do que o que se faz. No entanto, mesmo assim, é raro o club que não tenha pelo menos um grande feito - uma peça de teatro, um concerto, uma medalha numa qualquer competição - por ano. É claro que também há desvantagens: como já me disseram, o clube tira a liberdade das pessoas. Se se gosta de futebol mas não se quer ou não se pode estar no clube tanto quanto se espera (o que mais se ouve neste tipo de coisas é ganbatte, japonês para esforça-te, que tem significados desde "boa sorte" até "devias estar a trabalhar mais" ), a pressão social e o status quo faz com que se desista em vez de andar lá sem dar cem por cento. E, claro, é muito difícil para os japonesas organizarem-se só porque sim, sem haver um propósito ou uma desculpa para o fazer: um grupo de pessoas encontrar-se uma pontual dia para jogar futebol é estranho, mas o mesmo grupo de pessoas organizar um clube para jogarem já não.
A foto mostra o clube de basebol da escola primária ou segundária de Tenri. Cada elemento está equipado e, agora que as aulas estão acabadas, passará as próximas horas a esforçar-se pelo simples facto de gostar de basebol e, talvez, querer conhecer mais pessoas que também o façam. Jogar só pelo prazer de jogar? Nah ... isso é para as crianças!

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